DISSERTAR, DEFENDER, JUSTIFICAR
Estes três verbos indicativos estão sempre presentes naqueles momentos – e são muitos – nos quais precisamos expor nossos conhecimentos e habilidades profissionais específicas.
E tudo começa nas escolas, onde os jovens se exercitam para, no futuro, saber dissertar sobre um tema solicitado, defendê-lo publicamente e justificar sua proposição, com a indicação de fontes de consultas confiáveis.
A importância do assunto se percebe pelo encontro de mais de 31 milhões de resultados para a palavra “dissertação”, no Google (08/11/2023, 08h30).
Resolvemos então, inserir um tema que nos parece fundamental para a preservação da nossa História, abrindo caminhos para um projeto educacional sobre os fortes e fortalezas coloniais que permeiam o vasto perímetro do Brasil, indicados, como “conjunto de bem seriado”, para o Patrimônio Mundial pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Inúmeros estudos acadêmicos, ricamente ilustrados estão disponíveis em diversos portais das áreas da Cultura, do Turismo e da História, mostrando o lado belo da arquitetura militar colonial. Tudo pode ser acessado gratuitamente por um único QRCode (anexo), que dá acesso a 7 pequenos arquivos com diversos exemplos dissertativos, expositivos e referenciais, seguidos por um livro referencial básico, dividido em 10 capítulos fácil acesso pontual.
Esperamos surpreendê-lo de forma positiva neste nosso desejo de bem servir, expondo o saber acadêmico de ex-professor de três importantes escolas de pós-graduação do Exército Brasileiro, nos níveis especialização, mestrado em operações militares e doutorado em ciências militares e, também, atuante por 25 anos no magistério civil, aposentado como professor emérito da Universidade Católica de Santos, onde o projeto educacional encontra-se disponível na aba de extensão universitária, da plataforma institucional.
Confira:_ clique sobre o QRCode, abra as asas da sua imaginação e “embarque no tapete mágico da História”.
O projeto educacional alcançou 93.770 consultas em junho de 2024, sendo 15% do Brasil.
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SENTINELAS INVISÍVEIS
Dois postos de observação (1 e 2 na figura abaixo), construídos no Século XVIII, se escondem sob as árvores frondosas da Mata Atlântica, no Morro dos Limões, Guarujá, SP, na margem esquerda da embocadura do estuário que abriga o maior porto da América do Sul. São “invisíveis” para quem olha para eles a partir de qualquer das praias da Baía de Santos, mas deles é possível vigiar o mar e a orla marítima; o acesso ao porto, os edifícios e os morros próximos; as escarpas da Serra do Mar e o infinito céu azul em dias ensolarados.Eles eram utilizados para vigiar e emitir alertas sobre a presença de naus suspeitas de piratas e corsários. Tinham outras funções, descritas neste texto, dentre elas a de servirem como bases de retraimento, caso a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande e/ou o Fortim do Góes fossem tomados de assalto.
A observação visual e os alertas antecipados permitem, até hoje, que um sistema defensivo se aproxime de um bom “plano de saúde”, que pagamos e rezamos para não utilizar.
Figura ilustrativa: Victor Hugo Mori, fotomontagens panorâmicas e Ivan Di Ferraz, fotos pontuais
1 - Reduto e paiol de munição, 2 - Reduto e fonte de água doce
Detalhes: 3 e 4 - reduto e do paiol de munição, 5 e 6 – reduto e fonte de água doce
Para justificara construção de Postos de Observação (PO, sigla militar)em locais “camuflados”, precisamos conduzir a nossa abordagem para a visão estratégica dos portugueses – admirável e impressionante – sobre a ocupação das áreas geográficas escolhidas para os primeiros passos na colonização oficial do Brasil. Era preciso, dentre outros fatores relevantes, ter água doce nas proximidades e proteção contra o troar dos canhões dos piratas e dos corsários. A Baía de São Vicente conta com uma bica d’água pereneno sopé do Morro dos Barbosas e enormedificuldade de acesso paraas naus com quilhas enormes, pela pouca profundidade da “Garganta do Diabo”, entre a Ilha Porchat e a área continental.
As naus oceânicaslançavam âncoras na embocadura do estuário de Santos, aproveitando a proteção natural do Morro dos Limões, alémda existência de uma fonte de água doce e de uma plantação de limões,importante para o combate ao escorbuto: “as pessoas seguiam a pé pelas praias, rumo ao povoado de São Vicente”, conforme relato da saudosa Profa. Dra. Clotilde Paul (1931 – 2015).
Avançando um pouco mais nesta dupla abordagem – água doce e proteção contra possíveis ataques de piratas ou de corsários – a “nova povoação”, unindo porto e cidade, surgiunas proximidades da fonte de água do“Itororó”, na parte inferior da encosta do Monte Serrat, voltada para o Lagamar de Enguaguassu. O lagamarera ideal para a manobra dos navios à vela, sem o uso de rebocadores, como ocorre hoje em dia. Mas, era preciso ter a segurança garantida, pois a defesa terrestre era uma das atribuições dos donatários: “casa de pedras e torres”, para a defesa e igrejas para a evangelização. Assim, surgiu o Forte de Nossa Senhora do Monte Serrat, antes mesmo da data oficial de inauguração da “nova povoação”. Infelizmente, daquela fortificação colonial, só nos resta a triste memória do seu desmonte, assim descrito pelo arquiteto Victor Hugo Mori, do IPHAN/SP: “o pequeno reduto voltado para o Porto de Santos foi demolido em 1876, para dar lugar ao prédio da Alfândega”. Consta ainda que as pedras da sua murada foram utilizadas para a construção dos primeiros metros do cais do porto que veio a se transformar no maior da América do Sul. Oseu desmonte marca oinício do chamado “Porto Organizado”, com sufixo de qualidade parajustificar a existência de uma memória anterior,eternizada nas obras de Benedicto Calixto (1853-1927), exibindo trapiches antes do cais de pedras. O nome santo da extinta fortificação tornou-se perene como padroeira da cidade de Santos.
Depois desta breve digressão histórica, voltamos a analisar a importância do suprimento de água doce e da proteção militar edificada, por meio de um acontecimento histórico, ocorrido nos idos de 1615. Visconde de Taunay, em Na Era das Bandeiras, 1921, no capítulo “Um Assalto a Santos”, ressalta que o corsárioholandês, Joris van Spilbergen, obteve autorização para abastecer a sua esquadra com água na fonte do Morro dos Limões e colher limões sendo pouco contestado, por questões humanitárias. Negada, porém, a autorização para aquisição de víveres a fim de prosseguir para o Sul e alcançar o Oceano Pacífico, Spilbergen ordenou ataques às vilas e engenhos da região.
Agora sim, creio que podemos analisar melhor a existência das duas “sentinelas invisíveis”, construídas no Século XVIII, para observar sem serem observadas.Os dois redutosforam construídos com pedras talhadas, assentadas em plataformas escavadas na rocha bruta, e protegidos por pequenas muralhas rústicas para a manobra de canhões e uso de outras armas de defesa aproximada.
Um deles (número 2 na figura acima) se encontra em ruínas na crista militar do Morro dos Limões, entre as duas fortificações (Góes e Barra Grande) e serviam também para proteger a fonte de água doce e a produção de limões, talvez existentes nas áreas descampadas (fotomontagem acima). O outro (número 1 na figura acima), situado no topo do esporão rochoso que abriga a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, tinha na suacontra encosta, outra escavação para servir como paiol de munição de artilharia. O paiol era uma construção singular, comparedes duplas para circular o ar e manter a pólvora em temperatura ambiente. A parede interna possuía pequenas aberturas para ventilação, esculpidas no formato de cunha (<), para que os ratos não pudessem alcançar e comer a pólvora.
Produzimos um pequeno vídeo pela Unisantos, com autoria do Prof. Marcos Peres, mostrando o caminho de acesso e a situação do PO1 e do paiol de munição de artilharia. Está disponível do Youtube:https://www.youtube.com/watch?v=gC-s4Wr3sas
Outro vídeo experimental destacando a indicação da Fortaleza de Santo Amaro para o Patrimônio Cultural da Humanidade / UNESCO, foi selecionado por um júri oficial da Pátria Filmes para exibição no Festival Militum –2023, no Rio de Janeiro. Encontra-se disponível na plataforma mundial “academia.edu”, que tem por missão “acelerar a pesquisa no mundo”: https://www.academia.edu/video/XlD8Ql
... Por fim, compreende-se a situação de obsoletismo do antigo sistema defensivo do Porto de Santos, mas não o desprezo pela nossa História Colonial.As ruínas dos dois redutos “invisíveis”, são hoje apenas “testemunhas de pedras”. Resta-nos, portanto, apenas incentivar a visita virtualao que sobrou.O incentivo para uma mudança de postura nos é dado pelo historiador do IPHAN, Adler Homero Fonseca de Castro: “São rústicas muralhas de pedras, outrora guarnecidas com canhões coloniais, manobrados por homens construtores da nossa História” (paráfrase).
Clique na imagem acima para acessar o canal do Youtube "Turismo Virtual em Fortificações Coloniais":
"Fortins, Fortes, Fortalezas... Por eles veremos o Brasil edificado"
Estudantes e pessoas de qualquer idade, muitas vezes precisam se debruçar sobre os três verbos titulados acima, para o bom desenvolvimento de um projeto educacional e/ou profissional.
Saber colocar uma proposição no papel e defendê-la publicamente, fundamentado em pesquisa confiável, às vezes aflora como um grande problema a resolver, em qualquer área do conhecimento humano.
Com o propósito de incentivar a busca de temas de ordem prática no campo da arquitetura militar colonial, oferecemos gratuitamente um projeto educacional, com exemplos dissertativos e expositivos, tendo como fonte de consulta principal o livro digital Fortins, Fortes, Fortalezas ... Por eles veremos o Brasil edificado. Todo esse material consultivo, relacionado com a leitura e compreensão de textos, está disponível em dez pequenos arquivos capitulares (1 a 10), na aba “linha-do-tempo”, do website educacional, em nome do autor/pesquisador –www.secomandi.com.br/linha-do-tempo.php –, e também pode ser acessado por meio do QRCode, reproduzido no final deste ensaio motivacional. O livro digital, apresentado por capítulos de fácil acesso, está precedido por dois arquivos introdutórios: um, contendo uma “síntese” do projeto educacional; o outro, com exemplos para a produção de trabalhos educacionais e/ou profissionais, estruturado sobre os três verbos indicativos:
1. Descrever uma proposição no formato tradicional
(Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e Referências);
2. Defender a proposta escrita, por meio de uma apresentação oral, sintética e ilustrada com muita iconografia; e,
3. Justificar uma asserção dissertativa, com indicação de fontes de consulta confiáveis.
O tema relacionado com a preservação de ricos exemplares da arquitetura militar colonial edificados nos séculos XVI, XVII e XVIII, ao longo do vasto perímetro do Brasil, nos parece de grande valia e, portanto, o colocamos à disposição no livro digital indicado acima. Além da visão geral sobre as fortificações coloniais, indicadas para o Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura),o livro digital contém um exemplo histórico pontual, abordando a reconstrução (450 anos depois) de uma epopeia marcante, realizada pelo mar, envolvendo duas fortificações coloniais, garantidoras da integridade do território do Brasil, no início do longo período colonial: Forte de São João, 1551, Bertioga, SP, e Fortaleza de São João, 1565, Rio de Janeiro, RJ.
1. A primeira, pelo entorno do vasto perímetro do Brasil, está ilustrada com um conjunto de quadros de 30x40 cm cada, óleo sobre tela, de autoria da artista plástica Cristiane Carbone (coautora do livro). Os quadros são complementados com breves descrições históricas e links (fortalezas.org/UFSC) individuais de aprofundamento de estudos, para cada uma das dezenove fortificações coloniais;
2. A segunda, pelo mar, visitando duas fortificações coloniais indicadas acima, com o mesmo padroeiro (São João), para refazer, em 2015, com “cinco caravelas dos nossos dias”, a epopeia da esquadra de Estácio de Sá (1565),dando origem à fundação da cidade do Rio de Janeiro e posterior expulsão dos franceses (1567) que ocupavam a Baía de Guanabara desde 1555.A viagem marítima está ricamente ilustrada com diversas fotos do “diário de bordo
” do comodoro da expedição, Prof. Dr. Volnys Bernal, à época presidente da ABVC, Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro. Tivemos a grata satisfação de fazer parte da tripulação do veleiro Triunfo II, do velejador João Jorge Peralta (coautor do livro).
O livro digital tem uma versão impressa, apoiada pela MSC, para distribuição gratuita, o que foi realizado por meio de três lançamentos sucessivos: auditório da Universidade Santa Cecília e Pinacoteca Benedicto Calixto, ambas em Santos, SP, e auditório do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, Rio de Janeiro, RJ.
O projeto educacional focado nas duas viagens acima, tem os seguintes objetivos fundamentais:
1.Despertar o interesse da juventude pela produção de trabalhos escolares como o tema do processo indicativo do Governo do Brasil, para concorrer ao título de Patrimônio Mundial / UNESCO
2.Apoiar e divulgar os seis atributos do VUE – Valor Universal de Excepcionalidade – (acessibilidade, visibilidade, autenticidade, utilidade, sustentabilidade e pertencimento) relacionados com o processo indicativo, com destaque para o “pertencimento”, único atributo que não tem sufixo de qualidade como os demais.
Esta proposição de incentivo à produção de trabalhos escolares, refere-se, portanto, a uma conscientização sobre a importância da preservação da nossa História edificada durante o longo período colonial do Brasil (séculos XVI, XVII e XVIII).
O livro digital e os arquivos introdutórios podem ser acessados pelo QRCode.
Lançamento do livro "Fortins, Fortes, Fortalezas... Por eles veremos o Brasil edificado"
Outras informações complementares:
O Livro completo, também está disponível na plataforma mundial – academia.edu –, com link indicado abaixo.
https://www.academia.edu/88515966/LIVRO_DIGITAL_COMPLETO_Fortins_Fortes_Fortalezas_Por_eles_veremos_o_Brasil_edificado
Elcio Rogerio Secomandi, Cel Art Veterano, membro do Conselho Técnico-Consultivo da FUNCEB
Av. Presidente Wilson, 2219/apto 151, José Menino, CEP 11065-201 Idt 0231422908 MD
(13) 997042410, ersecomandi@gmail.com